
Ainda não tive tempo para analisar os números de Alberto Costa, mas quem por cá anda, sabe que só com uma boa dose de magia e, sublinhe-se, alguma coragem é possível apresentar semelhantes conclusões.
Seja como for, admite-se que o ministro tenha conseguido acabar com processos por decreto. Como é o exemplo da despenalização dos cheques até €150,00 - os pequenos comerciantes que aceitaram este tipo de cheques ficam a ver navios, já que se sabe que, sob o espectro penal, muitos dos devedores pagariam, no cível a esmagadora maioria não paga. E, noutro sentido, a penalização ao nivel das custas judiciais para os grandes litigantes (+200 acções/ano) - como se alguém fosse litigar por gosto e não por expressa necessidade.
Ressalve-se, todavia, que medidas na área da mediação e arbitragem são úteis e necessárias e, contribuindo para a diminuição do número de processos, ajudam a criar um sistema mais justo.Mas, obviamente, que não são estas que tiram processos em massa dos tribunais.
O Dr. Alberto Costa ainda não percebeu que vai no sentido errado, quando pretende cegamente diminuir o número de processos, em vez de dotar os tribunais de meios para uma resposta célere e de qualidade aos processos existentes, sejam eles quantos forem. Esta é a única forma das pessoas voltarem a ter confiança no sistema judicial.
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