quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Hasta (nunca!) siempre comandante...

Fidel Castro anunciou no jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, cinco dias antes do seu mandato terminar, abdicando para o seu irmão Raúl.
Os ditadores em fim de carreira parecem sempre simpáticos, mas não nos deixemos iludir. O regime cubano é uma anedota de mau gosto e um anacronismo histórico.
Talvez, numa das próximas tempestades tropicais nas Caraíbas, soprem ventos de mudança na ilha de Cuba.
Por cá, vamos aguardar com alguma ansiedade se algum bloquista ou comunista tem a coragem de vir dizer o que pensa sobre Fidel.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A chuva em Lisboa




A chuva de ontem provocou um caos em Lisboa. O Governo disse que a responsabilidade era das Câmaras Municipais. Ainda ouvi um autarca, se não me engano de Loures, dizer que a limpeza dos meios de escoamento das águas pluviais era da responsabilidade das Juntas de Freguesia. A verdade é que um pouco (isto é, bastante...) de chuva pode quase paralisar uma cidade.

sábado, fevereiro 09, 2008

Obama


Gostava que este Senhor fosse o próximo Presidente dos Estados Unidos. Não é por nada, mas gostava. A sério...

Manuel Alegre ou o apertar do cerco a Sócrates


Comenta-se que Manuel Alegre conseguiu acabar com o Ministro da Saúde. Talvez haja algum exagero nessa afirmação. Mas a verdade é que Sócrates já não tem que se preocupar apenas com os milhões de portugueses descontentes em todas as classes sociais e profissões.

Hoje, aquele deputado socialista vai reunir-se com militantes do partido de todo o país para debater o “ser socialista, em Portugal, na Europa e no Mundo”. Pode ser por acaso, mas o timing não poderia ser pior para Sócrates.

Manuel Alegre pode não ter muita experiência governativa, mas assume-se como a consciência crítica do PS e de um Governo que, cegamente, quer reduzir o défice à conta dos cidadãos.

De resto, o Primeiro Ministro já se tornou uma anedota nacional. Primeiro com a licenciatura e agora com os projectos de engenharia alheios de construções inenarráveis.

E 2009 é já ao virar da esquina...

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Remodelação, pelo Prof. Doutor José Adelino Maltez

O Professor Doutor Adelino Maltez continua a marcar a actualidade, no seu blogue Sobre o tempo que passa, no link
http://tempoquepassa.blogspot.com/



Parábola de Saint-Simon contada aos socrateiros e menezentos

Imaginemos que, por estes dias, sem prévio aviso da CIA ou do SIS, um comando de extraterrestres aterrava em Lisboa e assassinava todos os conselheiros de Cavaco, todos os ministros e directores-gerais, todos os parlamentares, todos os membros dos órgãos directivos do PS, PSD, CDS, PCP e BE, bem como todos os bispos e presidentes de câmara. Seria bem pior do que assassinarem os primeiros cinquenta cientistas, professores, empresários, engenheiros, negociantes, operários, agricultores, artistas e banqueiros. O primeiro assassinato não fazia mal nenhum à república, porque chegaríamos à conclusão que a fachada do governo não é o governo real, dado que apenas nos interessam os que são verdadeiramente produtores, isto é, os sábios, os industriais, os banqueiros, os negociantes e os operários...
A parábola que brevemente enumerei já tem barbas. Foi publicada pela primeira vez por Saint-Simon em 1819, quando ainda se acreditava numa organização social que poderia eliminar o ócio, criando-se um grande partido nacional de verdadeiros produtores, embora se admitisse um grupo restrito de padralhada, para que houvesse meia dúzia de pregadores da moral. Assim, as capacidades poderiam substituir o poder e o governo reduzir-se à dimensão de uma simples máquina "chargé d'affaires de la societé" visando a "harmonie uiniverselle", nomeadamente com um parlamento europeu, desde que se praticasse o "a chacun selon sa capacité, à chaque capacité selon ses oeuvres", mas também desde que houvesse o "souvenez-vous que pour faire quelque chose de grand, il faut être passioné".
Foi isto que me apeteceu lembrar, depois de assistir a nova manobra propagandista do governo remodelado e da oposição renovada. Até para recordar que o velho Marx, retomando Saint-Simon, veio proclamar o "de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades". Uma antiquísima tese, já expressa por Aristóteles e pelos juristas romanos, os quais disseram que importava o "honeste vivere" da justiça geral ou social, o "suum cuique tribuere" da justiça distributiva e sempre o "alterum non laedere" da justiça comutativa dos contratos.
O problema sempre esteve na circunstância de cada homem nunca se repetir, de sermos todos iguais, mas de haver alguns que são mais iguais do que outros. Ora, sendo a justiça o mesmo que igualdade, ela tem que tratar desigualmente o desigual e medir a diferença segundo um critério constitucional oculto, o padrão que afere das desigualdades. Porque dar a cada um segundo os seus méritos é ir para a meritocracia e dar a cada um segundo as suas obras é proclamar-se que quem não trabalha não come, São Paulo "dixit". Daí, os diferentes programas ideológicos dos social-istas e dos liberalões que também procuram a justiça, mais em nome dos contratos do que da distribuição dos bens acumulados no erário, dizendo que a intervenção da caixa geral de recolha dos impostos deve ser apenas supletiva, em nome do princípio da subsidiariedade.
Como não chegámos ao fim da história, haverá ainda discussões programáticas nos próximos séculos, pelo que acho mais curiosa a parábola de Saint-Simon misturada com o "mandarim" do Eça. Proponho, portanto, que cada um dos cidadãos portugueses imagine que pode carregar num botão e fazer desaparecer quinhentos dos hierarcas inúteis que nos consomem o imposto. Façamos este exercício académico, apenas para concluirmos como seria útil extinguirmos grande parte dos aparelhos e dos ocupantes dos mesmos, os tais donos do poder que nos consomem até com discursos de música celestial.
Ou então sugerir à governação e à classe política que façam greve. Descobriríamos que vivemos em governança sem governo e que a pilotagem automática nos conduziria à realidade. É perfeitamente inútil tirar o Sócrates e colocar lá o Menezes Santana, acolitado pelo Portas. Todos eles teriam que, um dia, remodelar o Correia de Campos, para ouvirmos, depois, os sermões de um qualquer Pinto Ribeiro. Por mim, prefiro carregar num qualquer botão assassino de mandarins, mesmo que se chame Marinho Pinto. Logo, tanto não irei comemorar, hoje, o 31 de Janeiro, no Prado do Repouso, como não irei, amanhã, comemorar o 1 de Fevereiro, na esquina da Rua do Arsenal, não por causa de Basílio Teles ou de D. Carlos, mas por causa das consequências, isto é, dos magnicídios de 1918, 1921 e 1965. Prefiro recordar que o péssimo regime que temos é o único onde não houve assassinatos do terrorismo de Estado ou do contraterrorismo subsequente. Acho que a rainha Dona Maria Pia é que teve razão quando optou pela loucura de sempre dizer o que pensava...

José Sócrates assinou projectos de engenharia alheios


Depois da licenciatura estranha, eis que nos surge outra obscuridade no currículo do Primeiro Ministro. Quem é, afinal, este Senhor?



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